sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Estudo Bíblico OS DEZ MANDAMENTOS parte 1

    Deus colocou uma consciência no ser humano. Por isso, todo ser humano  tem uma vaga noção da lei de Deus, o seu Criador. No entanto, por causa do pecado, foi necessário que Deus revelasse a sua Lei de forma escrita para que a humanidade pecadora pudesse conhecer claramente qual a vontade de Deus.
    Em Êxodo 20.1-17 nós encontramos os Dez Mandamentos, que contêm as diretrizes divinas para a vida de todos nós.
    Os Dez Mandamentos foram escritos em duas tábuas de pedra mais ou menos 1.500 anos antes de Cristo. Deus entregou os Mandamentos a Moisés e este os passou ao povo de Israel.
    Estas duas tábuas originais não existem mais hoje. Mas Deus providenciou para que os Mandamentos fossem escritos na Bíblia onde nós os encontramos hoje.





O Primeiro Mandamento

    “Eu sou o Senhor teu Deus! Não terás outros deuses diante de mim”.

    Ter um Deus significa confiar inteiramente e crer nele de coração. No entanto, o somente confiar e crer pode fazer de qualquer coisa um ídolo, pois aquilo em que prendemos o coração e confiamos, isso é propriamente o nosso Deus.

    Há pessoas que pensam que têm Deus quando possuem dinheiro e  bens. O deus dessas pessoas se chama “Mâmom”, isto é, dinheiro e bens.
    Nisso põem o seu coração e a sua confiança. Esse é o ídolo mais comum na terra. Quem possui dinheiro e bens, facilmente, sente-se em segurança, é alegre e destemido. Quem não possui nada, tende a duvidar e desesperar, como se de nenhum Deus tivesse notícia.

    Há outras pessoas que se vangloriam de grande erudição, inteligência, poder e honra e nisso põem a sua confiança. Essas pessoas também têm um deus, não, porém, o único e verdadeiro Deus.

    Tudo isso revela uma grande cegueira espiritual com respeito ao primeiro mandamento. Na época de Lutero, se alguém, por exemplo, estava com dor de dente, jejuava em honra a Santa Apolônia (Mártir do século III, seus dentes haviam sido quebrados); se temia incêndio, fazia de São Lourenço seu padroeiro (Mártir romano, queimado em 258); se pestilência, fazia voto a São Roque (dedicou-se às vítimas da peste). Também havia, como ainda há, aqueles que fazem pacto com o diabo, a fim de que lhes dê dinheiro, ajude em relacionamentos amorosos, lhes proteja os bens, etc.

    Assim compreendemos como o mundo, em geral, pratica falso culto a Deus e idolatria (adoração a outros deuses). Cada pessoa erigiu para si um deus. O mundo também confia e crê em seus deuses. Mas se trata de um confiar e crer errado e falso, pois não se dirige ao único Deus, além do qual, na verdade, não há Deus, nem no céu, nem na terra.
    Além disso, existe ainda, outro culto falso. Trata-se da maior idolatria praticada no mundo. Quando a consciência procura ajuda, consolo e salvação em suas próprias obras. Calcula-se a quantidade de orações, quantas pessoas ajudamos, quantas vezes fomos a igreja simplesmente ocupar banco, etc., e nessas obras coloca-se a confiança. Dessa forma, não se espera receber nada gratuitamente de Deus, mas conquistar e merecer tudo por esforço próprio, como se Deus fosse o devedor.

    O sentido desse mandamento pode ser, agora, facilmente compreendido: é exigir fé genuína e confiança de coração, que vai certeiramente e inteiramente ao verdadeiro e único Deus e se apega exclusivamente a Ele e mais ninguém. Pois é Deus quem nos dá todo o necessário em bens para este mundo e para a eternidade. Mesmo que nós recebemos muitas coisas boas de outras pessoas, elas são apenas a mão, o canal e o meio através das quais Deus nos concede tudo. Em outras palavras, é como se Deus nos dissesse: “Toma cuidado no sentido de apenas eu ser o teu Deus e de forma nenhuma procures outro; o que te falta em matéria de coisas boas, espera-o de mim e procura-o junto a mim; e se sofres, arrasta-te para junto de mim e apega-te comigo. Eu quero te dar o suficiente e te livrar de todo aperto. Tão só não prendas e não descanses o teu coração em nenhum outro”.
    Em Êxodo 20.5-6 observamos o quanto Deus está irado contra os que confiam em qualquer coisa fora Dele. Estes são os que o “aborrecem”. Inversamente, observamos também, como Deus é bondoso e gracioso para com aqueles que confiam e creem Nele de todo o coração. Logo, a observância a este mandamento nos rende eterna bênção, felicidade e salvação. Já a não observância, nos rende eterna ira, desgraça e pesar.
    Pense no seguinte: o que alcançaram as pessoas que dedicaram todo o vigor da vida em amontoar muito dinheiro e bens e se esqueceram do verdadeiro Deus? Na Bíblia temos o exemplo dos reis Saul e Davi. Quando Saul esteve firmemente entronizado como rei de Israel, permitiu que o seu coração declinasse (1 Sm 15.11ss), se prendeu à sua coroa e poder. Pereceu com tudo o que tinha (1 Sm 31). Davi, ao contrário, era um homem pobre, desprezado, perseguido, de modo que em parte nenhuma se sentia seguro quanto à sua vida, mas confiava em Deus e foi coroado rei de Israel em lugar de Saul (1 Sm 18 até 2 Sm 2).

    O primeiro mandamento é o mais importante de todos, pois quando o coração está inteiramente direcionado ao verdadeiro Deus, o cumprimento dos demais se segue por si.

    Vamos examinar o nosso próprio coração e descobriremos se nos apegamos ou não apenas em Deus. Se tivermos um coração que é capaz de esperar somente coisas boas de Deus, especialmente em aflições, e que sabe renunciar e abandonar tudo o que não é Deus, então possuímos o único e verdadeiro Deus.


    O único Deus verdadeiro é o Deus Triúno, Pai, Filho e Espírito Santo. Somente Ele deve ser adorado pelos seres humanos, pois não existe outro Deus. Ele deve ocupar o primeiro lugar em nossas vidas, pois é o nosso Criador. Portanto, este Mandamento mostra que nós pecamos quando adoramos outro deus (Mt 4.10), quando amamos algo ou alguém mais do que a Deus (Mt10.37) ou quando confiamos mais em nós mesmos ou em outras coisas   ou   pessoas    mais     do     que     em     Deus
(Sl 118.8; 1 Tm 6.17; Jr 17.5).
    Deus proíbe a adoração de ídolos e imagens, e não admite que demos mais importância ao dinheiro, à família, ao lar, ao emprego, etc., do que a Ele. Deus insiste, e Ele é um Deus zeloso, em ocupar o primeiro lugar em nossas vidas e corações. Insiste em que tenhamos compromisso exclusivo com ele; e que o amemos, Nele confiemos e creiamos acima de  todas as coisas.
    O primeiro Mandamento é o resumo dos demais. Ele nos ensina que o verdadeiro Deus deve ocupar o primeiro lugar em nossas vidas. Precisamos amá-lo, servi-lo e confiar nele de todo o coração (Mt 22.37).
    Isaías 42.8: Eu sou o SENHOR, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura.

(Estudo baseado no Catecismo Maior de Martinho Lutero)


continua... 

Os Dez Mandamentos - parte 2
Os Dez Mandamentos - parte 3
Os Dez Mandamentos - parte 4
Os Dez Mandamentos - parte 5
Os Dez Mandamentos - parte 6
Os Dez Mandamentos - parte 7
Os Dez Mandamentos - parte 8
Os Dez Mandamentos - partes 9 e 10 
Os Dez Mandamentos - Conclusão

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