terça-feira, 27 de março de 2012

Quaresma

     

      Estamos no período da Quaresma. Inicia-se este tempo na quarta-feira de cinzas e se estende por seis semanas até ao final da semana santa, a “passio magna” (paixão magna) que culmina com os acontecimentos no Gólgota. Desta forma, a igreja antiga, quis proporcionar aos crentes um tempo mais longo para que se aprofundassem mais nos acontecimentos da paixão e morte de Cristo, e, para dar a oportunidade de “aplanarem a estrada”, prepararem os corações, a fim de receberem a Cristo, o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Este preparo é o arrependimento. Por isso, um dos textos do primeiro domingo de quaresma apresenta a conclamação de Jesus ao arrependimento (Mc. 1.9-15): “... arrependei-vos e crede no evangelho”. Na verdade, esta conclamação já começara antes do início do ministério terreno de Jesus, João Batista a fez (Mt. 3.2) e, séculos antes, o profeta Daniel (Dn. 2.44)). As pessoas de todos os tempos são chamadas ao arrependimento dos seus pecados, a reconhecer que estão sob a ira de Deus e que precisam do perdão que Deus alcança por meio de seu Filho Jesus. Ele veio para sofrer e morrer pelos pecados de todos, para que todos os que nele creem tenham o perdão e a vida eterna. Sem crer nisto, sem arrependimento e confiança na obra salvadora de Jesus (evangelho) não há perdão dos pecados. Por isso “... arrependei-vos e crede no evangelho”.

    Arrependimento, uma palavra ignorada pela maioria dos que passaram a seguir a Jesus. Um povo que orgulhava-se ao extremo pelo fato de ser “povo escolhido de Deus”. O arrependimento que conheciam pode ser caracterizado pelas palavras do fariseu no templo de Jerusalém: “Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens...”. O verdadeiro arrependimento, que é o reconhecimento do pecado, tristeza pelas transgressões à lei divina, o propósito de corrigir a vida com a ajuda de Deus e confiança em sua graça e misericórdia, não combinava com o orgulho dos fariseus, escribas e da população em geral. Por isso, João Batista com a sua mensagem de conclamação ao arrependimento não foi escutado. E, quando Jesus iniciou o seu ministério não encontrou um caminho aplanado em muitos corações, não estavam arrependidos e sedentos pelo perdão divino. É o registro de João (Jo. 1.11): “Veio (Jesus) para o que era seu, e os seus não o receberam”. E, três anos depois do início do seu ministério, confirmaram-se as palavras do profeta Isaías (Is. 53.3): “Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens...”.


    Hoje não é diferente. Não faltam aqueles que afirmam não existir o pecado e que o ser humano é bom por natureza. Enquanto isto, vivem na angústia e em tormentos como o Rei Davi (Sl. 132.3), quando ainda não havia chegado ao arrependimento: “Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos, pelos meus constantes gemidos todo o dia”. Pela falta de arrependimento impedem que Jesus realize em suas vidas a paz com Deus e a viva esperança na eterna Salvação.


    Duas cousas inseparáveis na vida do verdadeiro cristão: arrependimento dos pecados e confiança inabalável no perdão de Deus que, por graça e misericórdia, alcança a nós pecadores por meio de Jesus Cristo.
    Sem isto, não há perdão. Sem perdão não há paz com Deus. Sem paz com Deus não há vida e nem Salvação.


Pastor Arno Goerl

voltar

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Faça seu comentário, sua sugestão ou crítica. Vamos, á luz da Bíblia, respondê-lo ou comentá-lo. Que Deus o abençoe e fale através de você!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...